sábado, 10 de setembro de 2011

Uma pitada de caril, um sari de pura seda, uma viagem de tuque-tuque, e um sorriso no rosto!!

"A Índia enlouquece ou os loucos é que vão à Índia?
Aí, mais do que em qualquer outro lugar e de uma forma mais espectacular, parece que a nossa identidade vacila. Pessoas até então indemnes a qualquer desordem psiquiátrica sentem subitamente, sem tomar drogas, um sentimento de estranheza e perdem o contacto com a realidade.
O que é que nos atrai na Índia? Porque é que lá somos tão frágeis? E o que nos ensina sobre nós mesmos esta experiência, que transforma em profundidade a nossa visão do mundo?"



Por outras palavras, eu diria, porque é que no final da viagem uns dizem que amaram e querem voltar, voltar muitas vezes, aquele mundo fantástico.. E outros juram a pés juntos que nunca mais??
"A experiência indiana convida a uma exploração do originário. (...) Assim, a Índia interroga em nós a tenra infância,(...) Na Índia vive-se nu, ou quase. Temos a impressão de estar numa espécie de bolha, de cavidade húmida e quente, atemporal,(...)
A dimensão regressiva da Índia mantém o viajante num sentimento de todo-poderoso. Ele reencontra o conforto do narcisismo primário infantil e a omnipotência que lhe é atribuída. Este regresso inconsciente e momentâneo a um estádio precoce(...) dá a impressão de que tudo se torna possível.
(...)
O estrangeiro é submetido às solicitações permanentes dos indianos da rua e aos seus olhares. Eles perscrutam-no, observam-no, seguem-no, questionam-no por vezes até à indiscrição, comentam os seus actos(...) depois perguntam-lhe pela milionésima vez: "Where do you come from?" que poderíamos traduzir por: "De que planeta vem?" Temos então a impressão de ser sucessivamente a rainha de Inglaterra, um extraterrestre, um bicho curioso. "You are alone?", "No wife?", "Thank you, sir, and one question more?", "How do you feel? Well?". É-lhes difícil compreender que um ser humano possa sentir-se bem a viajar sozinho."
(...)




 
Isto, e muito mais, foi provavelmente o que me fez andar pelas ruas de Hyderabad sempre de sorriso no rosto, mesmo no meio do caos sentir uma calma e tranquilidade imensas, uma paz de espirito inexplicável e irresistível. Foi o que me fez sentir que alguma coisa em mim é muito indiana e pertence á Índia :) ..foi o que me fez ter voltado cheia de vontade de regressar ;)! Apesar de toda a miséria (que é apenas o lado que os que não voltam mais sentem), fico com a certeza que se nós por cá vivêssemos mais como eles, sentíssemos mais as coisas como eles, fossemos um pouco mais puros como eles, ..o mundo seria um lugar melhor. (Pipeta E.)





Alerta Pipeta!!!


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